terça-feira, 30 de outubro de 2007

Aula prática...

Uma atividade em que apliquei os conhecimentos adquiridos na interdisciplina de Arte foi a uma aula realizada com o segundo ano do ensino fundamental no estudo sobre a artista Tarsila do Amaral, após estudar sua biografia, levei para sala de aula uma tela da obra “Abaporu”, uma das mais famosas (a obra em que ela fez para seu marido Oswald de Andrade, como presente de aniversário e que provocou polêmica), fizemos a leitura da mesma e depois os alunos desenharam individualmente a leitura realizada por cada um e apresentaram a seus colegas explicando “o quê e porquê” do seu desenho, saíram trabalhos maravilhosos.
Em outro momento fizemos também recortes e colagens de pés e mãos, relacionando com a obra de Tarsila e aproveitando para trabalhar as diferenças entre as pessoas. Por que somos diferentes? Por que nossas mãos e pés, por exemplo, são diferentes? E a importância de respeitarmos uns aos outros. Depois, fizemos uma relação entra a obra “Abaporu” e “A família” ambas de Tarsila.

O ensino da arte...

Pude ampliar meu conhecimento sobre arte, a partir do estudo dessa interdisciplina, pois estudamos obras e conhecemos artistas de diferentes épocas, estilos e movimentos. Pude também perceber a presença da arte na mídia, através das propagandas, capas de revistas e jornais, estabelecendo relações particulares com a leitura de imagens (a qual julgo de suma importância para um melhor entendimento sobre cada obra e as intenções dos artistas). Através dessas leituras pude analisar as diferenças entre aquelas que me eram familiares, aquelas que admirei, aquelas que estranhei e aquelas que são indiferentes, pois as impressões são resultados da nossa experiência com a arte em diferentes contextos.
Segundo o professor Robert Ott, “quando se expõe o aluno a obras de arte originais, essas desafiam seu poder de observação e oferecem conhecimento que os habilita para esforços criativos posteriores. O mundo orientado visualmente torna-se um elemento ativo na sala de aula por meio da percepção, da análise, da imaginação e da expressão, da produção ou do fazer arte na classe”.
Segundo Anamélia Bueno Buoro, “cabe a nós, educadores, adotar a mesma postura inquieta de pensadores e pesquisadores permanentes, devendo para isso buscar formação contínua e investimento em novos conhecimentos, uma vez que só podemos ensinar aquilo que efetivamente sabemos”, ou seja, para podermos ensinar e ressaltar a nossos educandos a importância da arte, precisamos (nós educadores) ampliar nossos conhecimentos.
O ensino da arte trás muitas dificuldades para nós professores, pois apresenta ainda a falta de material didático, além da falta de interesse por parte dos educandos que preocupam-se em geral com a nota e não com o conhecimento adquirido, mas aos poucos e com persistência talvez consigamos mudar esse pensamento, incentivando e despertando o interesse dos alunos para esse fim.
Podemos encontrar, apreciar, refletir e questionar arte em diversos espaços (museus, galerias, fundações, bienais, praças, ruas, feiras, exposições, Internet, entrando em contato com obras, artistas, exposições, música, teatro, apresentações artísticas, eventos culturais, festas populares, etc, pois a arte se faz presente em nosso cotidiano, não é algo distante, separada da nossa realidade).

A música...

A música para mim é uma combinação de sons; qualquer composição; conjunto de sons; melodia em consecutividade; ela representa o movimento; e não deixa de ser uma forte e ampla fonte de conhecimento, pois compreende vários gêneros como: música erudita (a música tradicionalmente dita como "culta" e no geral, mais elaborada); a popular (associada a movimentos culturais populares); folclórica ou tradicional (associada a fortes elementos culturais de cada grupo social); religiosa (utilizada em liturgias, tais como missas e funerais), entre outras.
E como Ana Paula Melchiors Stahlschmidt cita no texto: “De quem é a música”, apesar de cada um ter um estilo, todos gostam de música. Ela nos proporciona diferentes sentimentos. A música eleva os sentimentos mais profundos do ser humano. Não é necessário gostarmos de todos os estilos, porém conhecê-los. É uma linguagem própria, privativa, especial e é importante que conhecemos pelo menos as que fazem parte da nossa cultura.
A música é companheira, principalmente nos momentos mais difíceis da vida, afinal quem é que nunca chegou em casa entristecido e ligou o rádio para ouvir uma boa música e se tranqüilizar, ou seja, a música é também uma terapia.
Chamou-me a atenção quando Ana Paula Meichiors Stahischmidt cita no texto que a música se pensada como sonoridade e não só como forma artística faz parte da nossa vida desde antes do nascimento, pois me fez refletir sobre a importância não somente da música em si, mas dos sons em que ouvimos até mesmo enquanto estamos no útero de nossas mães, portanto, posso dizer sem medo que a música faz parte das nossas vidas.

Lembro-me de algumas músicas e artistas em que gostava quando criança: Xuxa (“Ilariê”, “Indiozinhos”) e Eliana (“Polegares”, “A dona aranha”); na adolescência e ainda hoje: erasure- Litle respect; Andrew sixty-oh!Carol; engenheiros-era um garoto q como eu amava os beatles e os rolling Stones; papa winnie-you are my sunshine; australian crown-oh no, not you again; Zezé de Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo, Laura Pausini, Shakira, Roupa Nova; Shania Twain, Vanessa Camargo, Tradição, Garotos de ouro, Tchê Garotos, Chiquito e Bordoneio...
É na minha opinião uma “ferramenta” enriquecedora no campo educacional, pois através dela podemos trabalhar todo tipo de conteúdo e questões polêmicas da realidade na sociedade em que estamos inseridos, além de nos transmitir muitos sentimentos e lembranças, pois sempre ligamos a música com a realidade, nossas vivências. Por exemplo, lembro-me que na minha infância aprendi os nomes dos dedinhos com a música “Polegares” da Eliana.
Casar música e educação dentro de uma sala de aula, além de gerar resultados animadores e gratificantes, faz com que a difícil tarefa de ensinar seja muito mais gostosa e divertida.

O contar histórias...

Achei muito importante aprender um pouco mais sobre literatura, pois é de suma importância para nós educadores aprender a contar histórias de maneira agradável, criativa, que prenda a atenção das crianças.
Segundo os autores dos textos estudados até agora em literatura, posso ressaltar o quanto é importante contarmos histórias para nossos educandos, já que ouvir histórias estimula o desenhar, o musicar, o teatrar, o imaginar, o brincar, o ver, o escrever, ou seja, devemos perceber que proporcionar às crianças momentos de ouvir histórias é, antes de tudo, permitir-lhes que vivam na infância com a fantasia de seu mundo, do faz-de-conta. Não se deve interpretar como intenção de isolar a criança do mundo real, nem deixá-la à parte das transformações inevitáveis, mas sim entendê-la como criança e fazer com que ela perceba seu mundo, suas dificuldades, seus sucessos, através de processos lúdicos (tanto para o educador quanto para o educando), como, por exemplo, as rodas de contos. Momentos em que a imaginação e a fantasia correm soltas a visitarem reinos distantes, princesas, fadas, duendes, cavaleiros... Pois é necessário esse fazer de conta, essa fantasia, esse sonho, esse encantamento, para o desenvolvimento da criança.
Na minha opinião, devemos contar histórias com o coração, vivê-la, doando o que temos de mais puro, simples, e entregando-se a esta tarefa com prazer e boa vontade. Ao contar doamos o nosso afeto, a nossa experiência de vida compactuamos com o que o conto quer dizer. É importante conhecermos bem o conto antes de contá-lo e ensaiar bastante, ou seja, devemos nos identificar de alguma forma com o mesmo, pois ao contar a história passamos aos nossos alunos o que estamos sentindo, por isso o conto deve nos sensibilizar. Devemos também, usar diversos ritmos no decorrer da narração, diferentes tipos de voz e emoções: alegria, tristeza, raiva, bem-estar, medo, pavor, insegurança, tranqüilidade... Isso, acreditando na história que estamos contando e passando-a com segurança.
A narrativa deve ser uma experiência compartilhada e não um simples repasse de informações, pois nesse caso a história nem precisaria ser contada.
Podemos, por exemplo, contar uma história para o corpo discente em forma de teatro, utilizando-se de vários tons de voz e expressões corporais, pois dramatizando cativamos mais a atenção dos alunos.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Conceitos importantes...

Na minha opinião, os conceitos mais importantes em que trabalhei até agora no meu portifólio, são as importâncias do argumento e de evidências, já que é utilizando-me desses que posso expressar-me com mais clareza e responsabilidade em meus pensamentos, afirmações e até mesmo minhas dúvidas, para “defender” minhas idéias, convencendo outros de que minhas expressões são corretas.
Acho também de grande importância citar o valor do ensino cooperativo, pois muitos alunos aprendem mais trocando idéias e experiências com colegas do que com o próprio professor. Isso procede em nossos estudos, como nossos professores estão fisicamente distantes, encontramos essa forma de aprendizagem cooperativa para sanar nossas dificuldades trabalhando juntos. No trabalho de Arte, por exemplo, em que tivemos que descrever três imagens de diferentes famílias, fazendo relação entre ambas, nos reunimos, fizemos a leitura das imagens, discutimos o que cada um relatou sobre as mesmas, respeitando a individualidade de cada um e em seguida, individualmente fizemos a descrição escrita.

Aprendizagem individual...

Para mim, conhecimento são informações adquiridas pelo indivíduo, experiências vivenciadas por ele. E aprendizagem é o processo de construção do conhecimento, ou seja, o tempo em que ocorre a associação das informações, transformando em conhecimento, portanto acredito que mesmo que o conhecimento seja adquirido através do ensino cooperativo, a aprendizagem seja individual, pois cada indivíduo possui seu tempo no seu processo de aquisição do conhecimento.

sábado, 27 de outubro de 2007

Ludicidade

Achei de suma importância a entrevista de Tânea Fortuna sobre ludicidade, pois eu acreditava que lúdico era tudo que pudéssemos manusear durante as aulas e trabalhando sobre um determinado conteúdo, mas agora compreendi que ludicidade não pode ser uma brincadeira (algo) obrigada, por exemplo, a boneca é lúdica se a criança brincar por prazer e deixa de ser lúdica se tiver que brincar porque a mamãe ou a professora mandou.
Fiquei em dúvida quanto à existência da ludicidade em nossas práticas pedagógicas, pois se for algo proposto pela professora, será que deixa de ser lúdico? Por exemplo, se a professora fizer uma brincadeira em sala de aula, mesmo que os alunos sintam prazer em realizar, por ser proposta (a brincadeira) pela professora, deixa de ser lúdica ou não?

Acredito que pode ou não ser lúdica, pois na minha opinião, o ser lúdico depende do indivíduo, daquilo que dá prazer a ele. O que é lúdico para mim, pode não ser para os meus alunos, de repente elaboro uma aula lúdica, no meu ponto de vista, mas que para os meus alunos não será lúdica e vice-versa. Então penso que nós professores devemos estar atento para que os objetivos pedagógicos não ultrapassem o lúdico e a brincadeira, "perde a graça" para as crianças.

Teatro

Com base nas leituras realizadas até agora, pude perceber que teatro apesar de ainda ser visto por muitos, como era visto também por mim, simplesmente uma brincadeira, uma descontração, hoje é uma disciplina, com seu próprio corpo de conteúdos (por exemplo, coordenação motora, raciocínio, expressão corporal, movimento estático...), ou seja, o ensino artístico agora tem caráter epistemologia.
O princípio gerador do fenômeno teatral é a intencionalidade, pois para o teatro acontecer é preciso que haja uma intensão ou uma vontade que faça produzir um parecer ser.
Em uma aula de teatro faz-se muito o uso do improviso, jogos teatrais e dramáticos e movimentos expressivos, já que temporariamente, institui-se um espaço que não é a vida real, produz-se uma realidade assume-se outras personalidades, assumindo gestos e movimentos que não são do seu cotidiano, desenvolvendo a criatividade e a livre expressão.
O improviso é de suma importância no teatro, porque consiste em compor uma cena sem preparo ou combinação prévia, é algo inventado no calor da ação pelo ator no presente momento do fazer teatral.
Os jogos teatrais é um sistema de aprendizado da linguagem teatral, trazendo para o plano material o que há no plano das intenções, imagens, sensações e pensamentos. Jogos dramáticos envolvem a experiência com o corpo e a vivência de uma situação imaginária.
É preciso ter muito cuidado nas apresentações de espetáculos, por parte dos alunos, pois crianças muito pequenas que ainda não construíram relações de público e platéia, podem criar uma noção distorcida do fazer teatral, ou inibindo-se e sentindo-se constrangidas pelo momento ou criando um comportamento exibicionista.
O evento teatral é o encontro de alguém que comunica algo e outro que aceita e assisti.
Três elementos fundamentais para construir o ato teatral, segundo Guinsburg, são: texto (conjunto de elementos aos quais são atribuídos um significado e, portanto, possíveis leituras e não só o texto dramático); o ator (indivíduo que concretiza um determinado papel, assumindo uma outra personalidade, desempenhando atitudes, gestos e movimentos que não são do seu cotidiano e sim criados, inventados para o ato teatral); público (espectador, pois somente quando alguém assisti se completa a ação teatral).

sábado, 13 de outubro de 2007

Evidência e argumentação...

Nunca havia parado para pensar em evidências e argumentações, mas através do filme “Doze Homens e Uma Sentença” pude perceber bem a diferença entre ambas e a importância das mesmas.
Achei o filme muito interessante, pois retrata bem evidência e argumentação.Fez-me refletir bem sobre o primeiro olhar, a primeira impressão que temos sobre algo ou alguém. Mostra a importância de olharmos e pensarmos minuciosamente e criticamente as evidências em questão.
Evidência é algo que num primeiro momento parece verdade, mas que quando questionada levanta inúmeras dúvidas, gerando novas evidências e contra argumentações (discussões, questionamentos do que realmente é o fato em questão).No filme uma evidência questionada por um dos atores que me chamou atenção foi o momento em que afirmaram que o rapaz (filho) era culpado pelo assassinato do pai pelo fato de ter comprado uma faca não comercializada facilmente naquele lugar, a faca encontrada com o corpo do pai do rapaz (a arma do crime).
E a argumentação foi quando o outro ator questionou que até poderia não ser comercializada facilmente, pois era contra lei, mas que não era impossível ter outra faca igual à arma do crime, pois ele mesmo havia comprado uma em uma esquina qualquer, mostrando a todos a semelhança entre as facas.Com base no filme ouso dizer que algumas evidências carregam consigo preconceitos, que a nossa sociedade infelizmente ainda carrega muitos preconceitos como mostrou o filme no julgamento do rapaz que por um dos jurados foi acusado simplesmente porque morava em um lugar humilde.
O filme nos fez também repensar em nossas atitudes em relação aos nossos alunos e colegas, fazendo-nos respeitar a opinião de todos, a individualidade de cada um.
Ouso ressaltar também a importância de questionarmos e posicionarmo-nos com responsabilidade conforme nossa opinião, e não ficarmos “pulando de galho em galho”, mudando de opinião a todo o momento.

Aprendizagem cooperativa...

Algumas colegas e eu criamos um grupo de estudos, o qual facilita e contribui muito para nosso aprendizado.
O trabalho em grupo é muito importante, interessante e indispensável, através dele trocamos experiências, dicas, idéias, discussões que além de ampliar nosso próprio conhecimento, contribui para o processo de construção de conhecimento dos colegas.
Aprendi a dar mais valor à aprendizagem cooperativa, isto é, um grupo de alunos que trabalham em equipe e o resultado deve refletir que todos e cada um tenham trabalhado com a informação para um mesmo fim, pois ainda que se trabalhe em grupo a aprendizagem é individual. Este é um modelo que vem sendo seguido e modificado ao longo de nossa caminhada com a UFRGS.
É interessante trabalharmos assim com nossos alunos também, pois aprendizagem cooperativa trata-se de uma estratégia em que o professor dispõe os alunos em grupos de trabalho, organizando-os na base da heterogeneidade das suas habilidades (por exemplo, juntando alunos com dificuldades numa determinada área com alunos mais habilidosos no assunto em questão).
Com esta experiência por mim realizada pude notar que aprendizagem cooperativa proporciona uma melhoria significativa das atitudes dos alunos com mais habilidades ao mesmo tempo em que aumenta significadamente a auto-estima dos que possuem mais dificuldades, já que a auxiliarem os alunos com maior dificuldade, os que possuem mais facilidade de assimilação do conhecimento também estão aprendendo.