domingo, 31 de outubro de 2010

final da análise do eixo 8...material empírico para o TCC...

Outra atividade em que também começou direciona e por fim livre foi a das lâminas da alimentação. Primeiro contei as crianças uma historinha sobre alimentação (tema trabalhado na semana), depois, cada criança recebeu uma lâmina de retro – projetor para realizarem um desenho livre.
Nessa atividade eu não deveria ter lido a história para as crianças antes de realizarem os desenhos, pois assim acabei influenciando-as na hora de desenharem, algumas até tentaram imitar a história lida. E como vimos no decorrer desse trabalho, o professor deve orientar, porém, tomando todos os cuidados necessários para não influenciar a criança.
A apresentação do trabalho foi um momento de socialização muito produtivo, já que as crianças interagiram umas com as outras, favorecendo as habilidades de linguagem e o desempenho de papéis (Smith, 2006).
“Os desenhos me permitiram perceber que os alunos entenderam a história sobre alimentação, inclusive um dos desenhos me chamou atenção, pois a aluna desenhou uma geladeira; dentro de um círculo os doces e em outro as frutas, perguntei por que ela havia desenhado os alimentos em grupos separados e porque desenhou uma geladeira, me respondeu que é porque não podemos comer tudo junto, os doces têm que ser depois do almoço, de sobremesa. E a geladeira era porque as frutas duram mais se tiver na geladeira.” Esse trecho demonstra a presença de aprendizagens, assim como a imaginação em desenvolvimento e a relação com a realidade.
Já a aluna J. desenhou uma casa e na hora de apresentar seu trabalho para os colegas explicou que os alimentos estavam dentro da geladeira e que a geladeira estava dentro da casa, por isso não dava para ver, isso nos comprova o quanto as crianças mesmo trabalhando juntas, desenvolvem sua própria vontade, a interpretação dos fatos é individual.

Continuação da análise do eixo 8...material empírico...

Ressalto ainda que materiais diferentes chamam a atenção das crianças, como no caso da menina que levou o violão para escola, por não ser um brinquedo comum em sala de aula, a atenção das crianças ficaram Presas nesse objeto.
O trecho a cima comprova o que diz Smith (2006), o professor deve estimular a criança a brincar de diversas maneiras e distintos materiais, pois isso desperta a curiosidade da criança fazendo com que ela seja o sujeito da ação, interagindo com os outros e com o meio.
Também a massinha de modelar era um objeto em que as crianças adoravam brincar, criavam carrinhos, bonequinhas, frutas, corações, panelinhas... Essa brincadeira desenvolve a coordenação motora, a criatividade, na presença do lúdico, por meio do faz – de – conta, que é fundamental para o desenvolvimento da criança, pois através dele a criança expõe seus medos, inseguranças, desejos, experiências, situações em que vivencia, criando uma ponte entre realidade e fantasia.


Já a atividade dos dedoches foi inicialmente planejada, direcionada, em relação à confecção dos mesmos, pois meu objetivo inicial era fixar bem os amiguinhos dos dentes, proporcionando um diferente material para os alunos brincarem.
Pois, o professor deve oferecer diferentes materiais e situações de ensino que coloque o pensamento da criança em ação, para que ela sinta-se livre para criar e recriar, construindo assim seu conhecimento através de sua participação/ação (KISHIMOTO, 1996).
As histórias de encenação criadas pelas crianças sobre os dentes, visita ao dentista, acabar com a cárie, comprovaram a aprendizagem adquirida além, de explicitarem também o quanto trazem para a brincadeira/o faz – de – conta, o que aprendem nos ambientes em que convivem.
Dessa forma, puderam aprender de forma lúdica, divertida, demonstrando sentimentos como alegria, tristeza (durante as histórias criadas), enquanto socializavam conhecimentos.
Nessa experiência minha postura como professora foi à compreendida por Smith (2006) como orientação verbal, a qual consiste em o educador ajudar as crianças a criarem e encenarem papéis através de comentários e sugestões durante a brincadeira.

Analisando o eixo 8...

Analisando o eixo 8, em que foi realizado o estágio curricular e aproveitando o questionamento da Rô na minha postagem do dia 12 de setembro referente ao material empírico que utilizaria em meu TCC, e ao relacionamento dele com a brincadeira, destaco aqui algumas experiências do estágio relacionadas com a teoria a respeito da importância da brincadeira livre e a atitude do professor durante a mesma:

No dia do brinquedo (semanas 26 a 30/04 e 24 a 28/05), momento totalmente livre na sala de aula, o aluno V. estava brincando com seu caminhão que trouxe de casa e me perguntou como se escrevia caminhão, então com o alfabeto móvel, perguntando se ele conhecia alguma letra que era utilizada para escrever essa palavra, fui montando o nome no chão.
Conforme, montávamos as letras, o menino foi relacionando a algo que ele sabia que continha aquela mesma letra, por exemplo, a letra C era a mesma do nome da mamãe Carolina (nome fictício).
Nesse momento, fazem-se presente as idéias de Smith (2006) referentes ao scaffolding, as quais consistem em dirigir a atenção do aluno para a construção da palavra, dividir a tarefa em uma seqüência de tarefas menores (formular a palavra por partes) e o educador ajudar a criança a executar essa seqüência.
Desta forma, o Scaffolding consiste em ajudar/orientar/incentivar a criança durante as atividades por parte e grau de complexidade, por exemplo, alguém que está dando uma aula de dança utilizará aprendizagens por repetição usando primeiro passos mais simples e assim aumentando o desafio, a complexidade.
Como nos ressalta SMITH (2006), o momento brincar também nos oportuniza a construção de conceitos através do desenvolvimento cognitivo, logo, nesse período, minha atitude como educadora diante a curiosidade do aluno, foi ao mesmo tempo em que ajudá-lo a explorar o conhecimento em que já possuía em relação às letras, formar o nome do seu brinquedo, contribuindo para que ampliasse o conhecimento existente. Pois conhecendo o nível de desenvolvimento do meu aluno pude adequar minha participação ao nível exato do desenvolvimento dele, dirigindo sua atenção para aspectos relevantes no momento. (Smith, 2006).
Quando as crianças se aproximaram do menino V. também relacionando as letras com palavras conhecidas para eles, assim como o nome de outros brinquedos ali existentes, comprovamos a idéia de Fortuna (2000), “imitar a ação do amigo é uma forma de aproximar-se afetivamente dele, é imitando sem pedir permissão para entrar na brincadeira que as crianças, fazem o princípio dos jogos”.
Conseqüentemente, quando a criança relaciona o nome do seu brinquedo aos objetos reais, e as letras existentes em outras palavras conhecidas, percebemos que ela estabelece relação ao mundo que a cerca através da brincadeira, que mexe com os sentimentos, a imaginação, as dúvidas e as certezas.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Postagem referente ao eixo 5 e 7 - Relação entre PA e TCC....

Revisitando as interdisciplinas do eixo V, encontrei o seminário integrador V, no qual estudamos como sucede um projeto de aprendizagem: o ponto de partida da pesquisa, as certezas provisórias, as dúvidas temporárias, o plano de ação, o mapa conceitual, ou seja, o projeto de aprendizagem como um todo. Esse projeto foi também melhor estudado/esmiuçado no eixo VII, na interdisciplina de seminário integrador VII.
O projeto de aprendizagem assemelha-se a construção de um TCC, principalmente a respeito da questão central, a qual não deve ser muito ampla, nem muito específica, porém, clara.
Eu precisei reformular minha questão inicial muitas vezes até chegar à questão desejada, por exemplo: (versão inicial) A brincadeira livre influencia no desenvolvimento da criança de pré-escola? A aprendizagem na brincadeira direcionada ou livre na pré-escola no momento da roda. Sala de aula será lugar de brincadeira livre? A ludicidade presente na educação infantil é desencadeadora de aprendizagens? Há aprendizagem na brincadeira livre? Há aprendizagem na brincadeira livre na pré-escola? A brincadeira livre desencadeia aprendizagens? A brincadeira livre desencadeia aprendizagens na pré- escola? É possível pensar que a brincadeira livre leva a uma aprendizagem que possibilita autonomia? A aprendizagem direcionada possibilita a construção da autonomia? Ela não coloca um papel demasiado diretivo ao professor? A brincadeira livre na sala de aula da educação infantil permite a construção de aprendizagens? (versão final).
Outra semelhança são os conceitos, tanto no projeto de aprendizagens quanto no TCC, precisei definir e descrever os conceitos existentes em uma frase ou texto (brincadeira livre, jogo, desenvolvimento da autonomia, a relação com o outro, enfim, no momento me parece que tudo gira em torno da ludicidade), já que esses ajudam a dar rumo à pesquisa, contribuindo na construção do conhecimento sobre o assunto em questão.