Analisando o eixo 8, em que foi realizado o estágio curricular e aproveitando o questionamento da Rô na minha postagem do dia 12 de setembro referente ao material empírico que utilizaria em meu TCC, e ao relacionamento dele com a brincadeira, destaco aqui algumas experiências do estágio relacionadas com a teoria a respeito da importância da brincadeira livre e a atitude do professor durante a mesma:
No dia do brinquedo (semanas 26 a 30/04 e 24 a 28/05), momento totalmente livre na sala de aula, o aluno V. estava brincando com seu caminhão que trouxe de casa e me perguntou como se escrevia caminhão, então com o alfabeto móvel, perguntando se ele conhecia alguma letra que era utilizada para escrever essa palavra, fui montando o nome no chão.
Conforme, montávamos as letras, o menino foi relacionando a algo que ele sabia que continha aquela mesma letra, por exemplo, a letra C era a mesma do nome da mamãe Carolina (nome fictício).
Nesse momento, fazem-se presente as idéias de Smith (2006) referentes ao scaffolding, as quais consistem em dirigir a atenção do aluno para a construção da palavra, dividir a tarefa em uma seqüência de tarefas menores (formular a palavra por partes) e o educador ajudar a criança a executar essa seqüência.
Desta forma, o Scaffolding consiste em ajudar/orientar/incentivar a criança durante as atividades por parte e grau de complexidade, por exemplo, alguém que está dando uma aula de dança utilizará aprendizagens por repetição usando primeiro passos mais simples e assim aumentando o desafio, a complexidade.
Como nos ressalta SMITH (2006), o momento brincar também nos oportuniza a construção de conceitos através do desenvolvimento cognitivo, logo, nesse período, minha atitude como educadora diante a curiosidade do aluno, foi ao mesmo tempo em que ajudá-lo a explorar o conhecimento em que já possuía em relação às letras, formar o nome do seu brinquedo, contribuindo para que ampliasse o conhecimento existente. Pois conhecendo o nível de desenvolvimento do meu aluno pude adequar minha participação ao nível exato do desenvolvimento dele, dirigindo sua atenção para aspectos relevantes no momento. (Smith, 2006).
Quando as crianças se aproximaram do menino V. também relacionando as letras com palavras conhecidas para eles, assim como o nome de outros brinquedos ali existentes, comprovamos a idéia de Fortuna (2000), “imitar a ação do amigo é uma forma de aproximar-se afetivamente dele, é imitando sem pedir permissão para entrar na brincadeira que as crianças, fazem o princípio dos jogos”.
Conseqüentemente, quando a criança relaciona o nome do seu brinquedo aos objetos reais, e as letras existentes em outras palavras conhecidas, percebemos que ela estabelece relação ao mundo que a cerca através da brincadeira, que mexe com os sentimentos, a imaginação, as dúvidas e as certezas.
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Um comentário:
Oi Catiane,
gostei muito da forma como tu trouxe os conceitos e articulou a teoria com a prática. Nessa postagem fica bem clara a interpretação teórica das vivências de estágio que vens construindo no TCC.
Um carinhoso abraço,
Profa. Nádie
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