segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Revisitando o eixo 3...

Na revisita ao eixo 3, me chamou atenção a interdisciplina de Teatro e Educação, a qual me oportunizou reflexões sobre o teatro e seu próprio corpo de conteúdos (por exemplo, coordenação motora, raciocínio, expressão corporal, movimento estático, improvisação...), ou seja, o ensino artístico com caráter epistemológico, como ressalta, Cleusa Machado no texto “Aula de Teatro é Teatro?”.
Enfatizo, teatro engloba as mais diversas expressões corporais (movimentos, gestos), agrupamento, emoção, além de auxiliar no desenvolvimento de atividades no próprio processo de ensino e em compreensão de conteúdos das demais disciplinas.
Outro fato que me chamou a atenção no texto citado a cima de Cleusa Machado foi quando a autora citou que “o princípio gerador do fenômeno teatral é a intencionalidade, pois para o teatro acontecer é preciso que haja uma intenção ou uma vontade que faça produzir um parecer ser”, isso acontece na maioria das vezes em nossas práticas uma intenção ao desenvolver as atividades.
Segundo Cleusa Machado, em uma aula de teatro faz-se muito o uso do improviso, jogos teatrais e dramáticos e movimentos expressivos, já que temporariamente, institui-se um espaço que não é a vida real, produz-se uma realidade assume-se outras personalidades, assumindo gestos e movimentos que não são do seu cotidiano, desenvolvendo a criatividade e a livre expressão.
Logo, explica a autora “Ana Carolina Muller Fuchs” no texto “Formas de abordagem dramática na Educação”, que o “aluno-ator reconstrói uma nova forma de agir em cena e pensar, fazendo relações entre o mundo cotidiano e a cena, construindo uma nova maneira de representar e refletir sobre suas ações e o ambiente em que vive”.
O improviso é de suma importância no teatro, porque consiste em compor uma cena sem preparo ou combinação prévia, é algo inventado no calor da ação pelo ator no presente momento do fazer teatral.
Os jogos teatrais é um sistema de aprendizado da linguagem teatral, trazendo para o plano material o que há no plano das intenções, imagens, sensações e pensamentos. Jogos dramáticos envolvem a experiência com o corpo e a vivência de uma situação imaginária.
Três elementos fundamentais para construir o ato teatral, segundo Guinsburg, são: texto (conjunto de elementos aos quais são atribuídos um significado e, portanto, possíveis leituras e não só o texto dramático); o ator (indivíduo que concretiza um determinado papel, assumindo uma outra personalidade, desempenhando atitudes, gestos e movimentos que não são do seu cotidiano e sim criados, inventados para o ato teatral); público (espectador, pois somente quando alguém assisti se completa a ação teatral).
Ana Carolina Muller Fuchs cita no texto “Formas de abordagens dramáticas na educação” que, é preciso ter muito cuidado nas apresentações de espetáculos, por parte dos alunos, pois crianças muito pequenas que ainda não construíram relações de público e platéia, podem criar uma noção distorcida do fazer teatral, ou inibindo-se e sentindo-se constrangidas pelo momento ou criando um comportamento exibicionista.
Resumidamente podemos dizer que o evento teatral é o encontro de alguém que comunica algo e outro que aceita e assisti.
Ainda segundo a autora Ana Carolina Muller Fuchs:
“[...] o jogo promove uma liberação emocional e o autoconhecimento. O jogo dramático se caracteriza pela livre expressão, por um discurso espontâneo que é cada vez mais desenvolvido pela improvisação e interpretação [...]”.
A partir deste, compreendi que jogo dramático não abrange somente as dramatizações de histórias, mas sim as brincadeiras e jogos, além dos mais variados jogos dramáticos. É praticamente impossível falar de jogos dramáticos, contação de histórias, artes, literatura, música sem destacarmos também a ludicidade na sala de aula, como proporcionarmos estas atividades sem falarmos do prazer que a criança sentira em ser o sujeito ativo da ação? Como não relacioná-las a seus sentimentos e suas concepções?
Desse modo, o papel do professor passa a ser mediador, isto é, orientar a atividade de forma que o aluno aprenda com prazer, mediando para que se tenha um equilíbrio entre o cumprimento da proposta pedagógica e o desenvolvimento do processo de aquisição de conhecimento do aluno de forma lúdica.
Para ocorrer o teatro é preciso em primeiro âmbito que a criança tenha espontaneidade para realizar a atividade, e que ela sinta prazer de viver o aqui - agora, liberando sua criatividade, pois os jogos cênicos são feitos e construídos a partir desta.
Conseqüentemente, afirmo que se podem construir conhecimentos através dos jogos dramáticos ou das expressões corporais, porém, para isso é necessário o fazer de conta, a fantasia, o sonho, o encantamento da criança, para o desenvolvimento da mesma e assim proporcionar-lhe o devido prazer, desenvolvendo inclusive a autonomia.
Portanto, nos aspectos citados a cima, relaciona-se com meu TCC.

3 comentários:

Rosângela disse...

Oi Catiane,

Pontuaste muito bem as relações entre Teatro e Educação a partir da explanação do que seja Teatro, das suas características e das habilidades que desenvolve.
Sem dúvida, o teatro representa uma forma bastante lúdica de desenvolver coordenação, ritmo, expressão corporal e de promover a socialização e o aprendizado.

Em teu estágio, fizeste uso de jogos teatrais, atividades de improvisação? Podes trazer um exemplo? Essas situações serão foco de análise para o teu TCC?

Seguimos dialogando!
Beijos, Rô Leffa.

Portif?lio 156857 disse...

Realizei uma atividade em que considerei muito significatica pela socialização das aprendizagens, pois como vimos no texto “Revisitando os projetos de Aprendizagens, em tempos de web 2.0” de Iris Elisabeth Tempel Costa e Beatriz Corso Magdalena devemos além de incentivar nosso aluno a buscar respostas as suas curiosidades, respeitando sempre sua opinião/hipóteses, socializar as aprendizagens.
Atividade essa em que fizemos o uso do diálogo, o qual nos oportuniza reflexão, um pensar crítico, destaquei na reflexão do projeto de estágio e arquitetura pedagógica logo a cima, pois como cita Beatriz Magdalena e Íris Costa no texto: O que é isto? devemos “questionar para desestabilizar, para provocar discussões, reflexões, análises e críticas passa a ser entendido, também, como essencial para preparar o que chamamos de CIDADÃO.
A qual foi realizada da seguinte maneira: cada criança recebeu uma lâmina de retro – projetor e fez um desenho sobre a história contada por mim professora (Alimente-se corretamente), após, cada aluno apresentou para os colegas, no retro – projetor, seu trabalho explicando o que e porque desenhou (anexo 6).
As crianças ficaram fascinadas em desenhar em lâminas, mais ainda em ver seus desenhos grandes na parede através do retro projetor.
Os desenhos me permitiram perceber que os alunos entenderam a história sobre alimentação, inclusive um dos desenhos me chamou atenção, pois a aluna desenhou uma geladeira; dentro de um círculo os doces e em outro as frutas, perguntei por que ela havia desenhado os alimentos em grupos separados e porque desenhou uma geladeira, me respondeu que é porque não podemos comer tudo junto, os doces têm que ser depois do almoço, de sobremesa, exatamente como dizia na história. E a geladeira era porque as frutas duram mais se tiver na geladeira.
Portanto, acredito que essa aluna já tem noção de seriação (processo pelo qual se comparam os objetos e se estabelecem as diferenças entre eles), além de ter interpretado muito bem essa história.

No dia 23/04/10, como estávamos trabalhando sobre os dentes, confeccionamos dedoches (cárie, escova de dente, dentista e fio dental), durante o trabalho as crianças mostraram-se fascinadas com a novidade, coloquei a casinha (cenário de apresentações com fantoches) para eles brincarem com seus dedoches, na brincadeira eles criaram historinhas sobre os dentes, visita ao dentista, acabar com a cárie, tornando então a atividade lúdica, divertida, ao mesmo tempo em que socializavam os conhecimentos.

Na aula do dia 04/05/10, contei aos alunos a história “Elefantinho no poço”, depois fizemos a reflexão da mesma, a qual primeiramente foi realizada oralmente e em seguida encenada (com máscaras), criada e recriada da maneira dos alunos.
O objetivo era compreender a importância de ajudar os outros (valores).

Portif?lio 156857 disse...

Olá Rô!!!
Essas foram atividades em que realizei durante meu estágio e que também serão utilizados no meu TCC. São alguns dos meus materiais empíricos. bjocas!!!!