quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Refletindo sobre as indagações da Rô a respeito da postagem “Currículo integrado”...

INDAGAÇÕES DA RÔ:
A sociedade se modifica com o tempo e passa a exigir mudanças também no sistema educacional, conforme tu mesma destacaste em tua postagem. Partindo dessa reflexão, te convido a pensar sobre os seguintes questionamentos: considerando o modelo educacional atual, acreditas que não ficaram marcas do Fordismo e do Tylorismo? Há efetivamente um currículo integrado na escola? Como compreendes essa noção de 'currículo integrado'?


Na postagem anterior citei: “Neste processo, podemos constatar que tanto no campo produtivo (trabalho) quanto no sistema educacional, o Fordismo e Tylorismo se restringem a uma gestão hierárquica, onde alguns decidem e outros obedecem sem terem o direito de participação, ou seja, no sistema educacional, por exemplo, os estudantes e professores eram impossibilitados de interferir nos processos educacionais aos quais participavam, aceitando-lhes o que lhes eram impostos. Segundo o autor Santomé: “A Taylorização no âmbito educacional fez com que nem professores nem alunos possam participar dos processos de reflexão crítica sobre a realidade.” (1998, p.9). Assim sendo, os conteúdos trabalhados em aula proporcionavam a memorização, isto é, sem nexo com a realidade, pois as disciplinas eram trabalhadas isoladamente.”

Tendo o trecho à cima como base, acredito que modificamos bastante essa imposição de poder hoje, pois já temos a participação da comunidade escolar (pais, professores, alunos, etc.) dentro da instituição, no PPP (projeto político pedagógico), por exemplo.
Todavia, ainda vemos muitos professores trabalhando em cima de cópias, memorizações, que não estimulam os alunos a buscarem respostas para suas curiosidades, a criarem hipóteses, pelo contrário lhes dão a resposta exata, pronta, acabada, que trabalham sobre um currículo pronto, fechado, sem questionar, então podemos dizer que há ainda marcas do Fordismo e Tylorismo, isto é, da imposição do poder.
Penso também que hoje, principalmente nas séries iniciais, estamos procurando trabalhar com essa integração, já do sexto ao nono ano do ensino fundamental de nove anos, ainda trabalhamos as disciplinas isoladamente, porém procurando fazer relações à realidade, partir das experiências dos alunos.
O processo é longo e apesar de ser um grande desafio, precisamos continuar lutando para implantarmos completamente esse currículo integrador, desenvolvendo assim a autonomia e a criticidade.

Um comentário:

Rosângela disse...

Oi Catiane,

Certamente avançamos em muitos pontos (conforme destacas em tua reflexão) na busca por uma escola mais aberta e democrática, mais voltada para o que acontece fora dela. Mas infelizmente ainda temos muito que avançar para alcançar um currículo integrado de fato. O conhecimento ainda é entendido/trabalhado como algo compartimentado e que se oferece aos alunos em pedaços.

Adorei nossa conversa!
Beijos, Rô Leffa