A partir dos estudos e pesquisas realizadas através da interdisciplina de LIBRAS até agora, pude refletir um pouco sobre as pessoas surdas, a maneira de interagir com elas, a cultura surda e a comunidade surda.
Eu não havia tido contato algum com uma pessoal surda até a aula presencial com a professora Carolina, mas sempre senti vontade de aprender/conhecer um pouco sobre a língua de sinais, já que tenho a preocupação de um dia ter um aluno surdo e não saber como me comunicar com ele. Nesse caso, considerando que não domino essa língua e poderia não haver um intérprete, creio que faria uso de gestos, expressões corporais e faciais, uma encenação da comunicação, um olho no olho, pois as pessoas em geral utilizam em muitos momentos a leitura labial.
Para que tal contato seja mais completo, agradável, necessitar-se-ia que conhecêssemos um pouco sobre a cultura dos surdos, por exemplo, a língua de sinais, que ao contrário do que eu pensava não é universal, cada país possui a sua conforme sua cultura, isto é, valores, tradições. A LIBRAS possui regras gramaticais próprias que permite aos surdos o desenvolvimento lingüístico, oportunizando acesso aos conhecimentos existentes na sociedade, podendo assim construir sua identidade surda.
Assim sendo, para complementar o que foi dito a cima, destaco uma fala de Strobel no texto Comunidade e cultura surda no Brasil:
“Cultura surda é o jeito de o sujeito surdo entender o mundo e de modificá-lo a fim de se torná-lo acessível e habitável ajustando-os com as suas percepções visuais, que contribuem para a definição das identidades surdas e das “almas” das comunidades surdas. Isto significa que abrange a língua, as idéias, as crenças, os costumes e os hábitos de povo surdo.”
Logo, a comunidade surda é indispensável, pois permite o contato do surdo com outro surdo, onde eles compartilham interesses/responsabilidades, desenvolvem auto-estima, além de favorecer o desenvolvimento da LIBRAS e fazer com que os surdos sintam-se entre companheiros, valorizados e não diferentes na sociedade. Essa comunidade é também freqüentada por sujeitos ouvintes (pais, amigos, professores dos surdos) em que compartilham o mesmo interesse.Portanto, nós professores devemos conhecer a LIBRAS para melhor interagir com sujeitos surdos, fazendo uso de ações interculturais e enxergar o surdo com uma pessoa capacitada, pois “surdez não é deficiência, mas uma cultura.”
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Um comentário:
Oi Catiane,
Que interessante tua reflexão! Normalmente nos preocupamos em inserir o surdo/deficiente auditivo na sociedade (principalmente na escola regular), mas nunca tinha pensado no quanto é importante para o surdo o contato com outros surdos, constituindo uma comunidade surda que o ajude a construir/reafirmar sua identidade. Muito interessante esse ponto de vista!
Beijos, Rô Leffa
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