quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Relações do resumo do TCC com algumas contribuições das interdisciplinas...

Resumindo meu TCC, temos algumas relações com as contribuições das interdisciplinas de todo o curso, mesmo que indiretamente:

O presente trabalho originou-se da curiosidade referente à existência da aprendizagem na brincadeira livre, assim como a postura do professor durante o momento brincar. Com embasamento nas idéias dos teóricos Kishimoto, Fortuna, Gioca, Moyles e colaboradores, e a análise das atividades realizadas com o pré – escolar (5 anos) durante meu estágio curricular foi possível compreender esses aspectos.
A partir desse estudo pude compreender que o termo brincadeira refere-se à ação espontânea da criança, fazendo com que ela realize a atividade com prazer. Pois, ela sente-se livre da pressão do ambiente, tornando-se sujeito ativo, de maneira em que ela determina os acontecimentos espontaneamente, fugindo assim do controle dos adultos, das regras estipuladas por eles.
Comprovando então, a importância do brincar para o desenvolvimento dela, uma vez que através dele a criança demonstra: distintos comportamentos como: medos; idéias; sentimentos; interage com outras crianças e adultos, desenvolvendo a cooperação e relação social; desenvolve a imaginação, limite; expõe suas inseguranças, realidade de vida, isto é, a brincadeira oportuniza a criança a exploração de suas habilidades ao mesmo tempo em que testa seus limites.
É nesse sentido que Fortuna afirma: “Brincar, então, é um meio de compreender e relacionar-se com o meio” (2000, p. 6). A autora afirma também que sendo aprendizagem apropriação do novo e o brincar apropriação da realidade por meio da representação, a brincadeira torna-se análoga a aprendizagem.
Como muitos educadores têm visto o brincar como perca de tempo e/ou repetitivo Smith (2006) nos traz formas de encorajamento do brincar, podendo o educador dar início a brincadeira (dramatização/faz – de – conta); participar ativamente de o momento brincar; fazer comentários durante a dramatização; ou ainda ajudar a encenar papéis; o importante mesmo é o professor disponibilizar distintos materiais incentivando a criança a buscar o novo, explorar o desconhecido, porém, com muito cuidado para não destruir o interesse da criança nesse momento.
Este autor ainda afirma que o educador torna-se o apoio do aluno (scaffolding), no qual sua tarefa se concretiza em dirigir a atenção do educando para aspectos relevantes da situação em questão; ajudar a criança a dividir a tarefa em partes menores facilitando a compreensão, assim como executá-la. Resumidamente scaffolding consiste em orientar a criança no desenvolvimento do brincar por parte e grau de complexidade.
Essa intervenção pode ser realizada em pequenos ou grandes grupos, tornando necessária a atenção redobrada do professor para o surgimento de duas dificuldades de aprendizagem por repetição: 1) apesar de facilitar para o professor em termos de economizar tempo, trabalhar em grande grupo, principalmente, o nível de desenvolvimento das crianças será variado (ZPD), tornando a atividade mais fácil para uns e difícil para outros; 2) aprendizagem por repetição é como se apresentasse a criança um modelo a ser seguido, podendo se perder grande participação espontânea da criança nesse momento.
Portanto, para que essa intervenção adulta aconteça é fundamental que o educador conheça seus alunos, podendo assim, adequar sua intromissão ao nível de desenvolvimento em que cada criança se encontra. Essas formas de encorajamento do brincar são fundamentais inclusive para auxiliar o desenvolvimento da criança que não apresenta inicialmente essa forma de brincar.
Então, o papel do professor seria de incentivar a criança a escolher uma atividade em que lhe desperte interesse, curiosidade, planejá-la, executá-la e refletir sobre os resultados, sendo ela a autora da ação, ampliando seu brincar, sem cair na repetição (SMITH, 2006).
Dessa forma, na brincadeira a criança cria um elo entre a realidade e a fantasia, ajudando-a a adaptar-se mais facilmente a ambientes desconhecidos assim como aceitar ou compreender situações desagradáveis, de maneira lúdica, divertida. Conseqüentemente, podemos dizer que através do brincar a criança se desenvolve e compreende o mundo que a cerca. Logo, o brincar oportuniza a apropriação de conceitos, desenvolvendo a autonomia.

Um comentário:

Rosângela disse...

Oi Catiane,

Tua reflexão deixa claro que o brincar, além de proporcionar prazer e diversão, estimula a aprendizagem, tanto de conceitos como de habilidades, atitudes.
Sem dúvida, a brincadeira livre deve ser constante na sala de aula e o professor precisar estar atento às atividades dos alunos a fim de fazer intervenções que os estimule a aprender ainda mais.

Beijos, Rô Leffa.